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Conhecer Gothenburg

  • Teresa Oliveira
  • 28 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 29 de ago. de 2021

As minhas aulas começam segunda (30/8), via online. Acho que sinto um misto de emoções. Por um lado estou pronta para conhecer os outros selecionados do curso e quais foram as razões por estarem ali. Mas por outro, tenho receio de não estar no mesmo nível artístico ou linguistico deles. Obviamente, tento focar-me no meu percurso académico e pessoal, mas também tenho uma certa curiosidade para conhecer o grupo e perceber as características que foram importantes para sermos selecionados para o número restrito de 10 alunos, que a minha turma tem

Aqui na Suécia, o conceito de gap year é muito comum nos jovens. Normalmente, os jovens só ingressam na faculdade por volta dos 25 anos, o que na sociedade portuguesa seria um choque e considerado como um membro "velho" do curso. Ontem até tive uma conversa com um elemento de um grupo de ex-alunos da minha faculdade, que agora aos 30 anos acha que é a altura para voltar a ingressar no ensino superior e deixar para trás a sua estável vida de salário fixo. Sobre esse assunto, eu acho que nunca é tarde para focarmos-nos na nossa educação e interesses.

Ao longo dos dias, noto cada vez mais as diferenças e o "choque" cultural entre o meu país de origem e o local onde estou. Claro que o facto de estar sozinha, quase o dia todo, ajuda muito na disponibilidade para refletir sobre essa questão. Por exemplo, nem sempre sinto que consigo ser discreta na cidade. A verdade é que a sociedade sueca é conhecida por ser alta, pálida e com os seus cabelos louros que brilham no sol (claro que isto é sem contar com a presença de outras culturas que ingressaram na sociedade ao longo dos anos.). E por isso, sendo uma das pessoas mais pequenas na rua, com o meu cabelo preto nem sempre consigo evitar de notar a diferença de altura, perante os outros, o que torno um destaque no meio da multidão no eléctrico.


Num dos meus passeios, parei para entrar num jardim botânico no centro da cidade ao qual o nome eu não consigo pronunciar (Trädgårdsföreningen). Este espaço amplo tornou-se facilmente o meu ponto favorito em Gothenburg. Para além de ter muita relva e ser colado ao canal, existe uma estufa elegante de se visitar. Dentro dela vivem centenas de espécies de plantas e flores, espalhadas em salas com temperaturas específicas para a sua sobrevivência.


Trädgårdsföreningen - Um jardim privado no centro da cidade aberto ao público


Mesmo com as minhas descobertas diárias, eu sinto que os fins-de-semanas são os dias mais difíceis de passar, por enquanto. Na minha rotina lisboeta, os dois dias de descanso da vida apressada que todos temos naquela cidade, era a desculpa perfeita para não fazer nada. Grande parte desses dias eram passados com o típico almoço português em família, o que normalmente é bacalhau-à-brás lá em casa, e agora estou ausente desses convívios. No entanto, ligo à minha mãe para dar-me inspiração para os meus cozinhados, tentando assim criar uma tradição, mesmo que um pouco solitária. Até o meu senhorio já elogiou o típico refugado português que fiz ontem, ou seja, as coisas na cozinha estão a correr bem, o que é positivo. Veremos que mais rotinas vou ter de adaptar ao longo dos meses, mas por enquanto acho que posso dizer que sobrevivi à minha primeira semana em Gothenburg.


Espero que estejam bem.


Teresa


 
 
 

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